Marcadores a base de água

Já faz algum tempo que venho nutrindo, com bastante entusiasmo, a vontade de experimentar marcadores a base de água. Essa vontade se intensificou depois que a Nanika adquiriu e avaliou bem as experiências que teve com as canetas da marca Tombow (também a base de água). Graças a um trabalho freelancer que estamos fazendo juntas, caiu uma graninha extra na conta, e acabei tomando coragem pra fazer um investimento em marcadores. Tomei coragem e comprei, novamente pela ArtCamargo, as canetas Sakura Koi Coloring Brush.

Lá, eles tem disponível à venda o estojo com tons de cinza, o estojo com 12 cores básicas e também canetas avulsas, todas as 48 cores e o blender. Bom, levando em consideração questões de valores e conteúdo dos estojos, e que já possuo um estojo com cores básicas de marcadores de outra marca, acabei optando por comprar 11 cores mais o blender, que no total dá um valor parecido com o estojo de 12 cores, só que com a vantagem de poder escolher as cores que eu quero. Escolhi, pela cor da tampa da caneta, cores em tons terrosos, tons que me remetiam à pele, e rosados, no intuito de ter uma paleta mais diversificada na hora de representar as peles dos meus personagens. Por fim, recebi na semana passada minha compra (vale a pena reforçar estou muito satisfeita mais uma vez com a ArtCamargo) e nessa semana pude realizar meu primeiro teste. Vou falar um pouco sobre isso agora, e sobre meu parecer de uma primeira experiência com essa linha de marcadores da Sakura.


Sakura Koi Coloring Brush Pens

As que eu comprei! :)

Fiz um desenho em papel de Desenho Escolar da Filiperson (Filipinho), 140 g/m², com grafite comum e fiz arte final com as canetas nanquim Unipin Fine Line 0.1 e 0.2 mm. Fui experimentar colorir e comecei pela pele, paleta que visava ampliar com a aquisição das Sakura.

Minha cartela de cores. O Blender nem adiantaria colocar, né? :P

Usei uma primeira cor (naples yellow), seguindo a dica de um dos tutoriais disponibilizados pela própria fabricante de como criar “tons de pele” (entre aspas, porque senão a Nanika briga comigo XD). Depois, nas sombras usei uma segunda cor (raw sienna), que é bem distante do naples yellow, mas eu pretendia misturar as duas com o blender pra fazer uma passagem tonal um pouco mais sutil. Foi aí que começou uma pequena dor de cabeça: como já disse, essas canetas são a base de água e a ponta é de feltro. Senti que as Sakuras são bem aguadas, e a ponta de feltro raspando no papel o tempo todo provoca muito desgaste. O papel enruga e começa a soltar fibras facilmente. Não demorou muito pra que eu também desistisse de tentar “esfumar” as bordas do raw sienna ao ver que meu desenho corria risco. Outra coisa que não sei dizer ao certo se é culpa do papel, da caneta ou do nanquim, mas a impressão que me deu é de que algumas áreas do meu desenho esmaeceram um pouco. Isso pode ser pelo desgaste do papel, pois sei muito bem que os nanquins da Unipin são a prova de água. Inclusive já pintei por cima deles com aquarela em bisnaga e tudo o mais. No fim, como não tinha cores de Sakura pra continuar pintando o personagem, terminei minha aventura por ali mesmo e peguei minhas Magic Color pra pintar o resto.

Voltando um pouco às minhas raízes.
 Esses caras foram alguns dos responsáveis que me levaram pro mundo dos desenhos. :)
Podem pôr a culpa neles! XD

Considerações finais

Como nunca tinha experimentado efetivamente marcadores a base de água, o saldo da primeira experiência foi avaliado por mim como negativo. Quando terminei de pintar meu desenho achei tudo muito manchado a ponto de pensar que tenho maior controle das cores com aquarela. Quando pintei com lápis aquarelável e água, ou aquarela em bisnaga diluída nesse mesmo papel ele enrugou, sim, mas não começou a se desfazer desse jeito! Pode ser por que tem menos atrito entre a ponta do pincel e o papel do que a ponta do marcador e do papel.

Fiquei com vontade de experimentar, como no vídeo, a utilização desses marcadores diretamente com água, mas de modo geral acho que vou acabar usando eles mais pra colorir que nem os Magic Color (tom sobre tom) do que misturando e diluindo, porque achei que faz bagunça demais.

Não estou disposta a investir um dinheiro em papel próprio pra aquarela nesse momento, só pra ter uma melhor experiência com as canetas (afinal, é aconselhavel que as use em papel pra aquarela), então acho que também não estou disposta, no momento, a investir em mais dessas canetas. A minha empolgação com marcadores a base de água acabou um pouco com essa primeira experiência.

Por fim, acho que vale ressaltar que de modo algum quero aqui atestar que a qualidade do produto é baixa. Não tenho condições de fazer isso, porque não tenho referenciais nos quais me basear e além disso, a Sakura é uma marca muito tradicional japonesa, que disponibiliza produtos de muita qualidade, mas estou alertando pra uma série de problemas que encontrei, que foram pra mim inesperados, e me levaram a repensar que a melhor possibilidade é a de voltar a investir nos estojos de marcadores a álcool. Apesar de também mancharem pelo menos ainda posso trabalhar em papéis de várias gramaturas, nos meus sketchbooks ou em papel de desenho, sem correr maiores riscos, embora para eles também seja aconselhavel o uso de um papel próprio para marcadores.

Pois é, pessoal. Espero que tenham gostado e a gente se vê na próxima experiência. Até lá!