Papel para desenho Off Paper

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Confesso que mesmo sendo designer gráfico, não entendo muito de papel e, por isso, acabo comprando sempre mais do mesmo, ou um papel errado pra uma determinada finalidade.

Embora isso acabe me deixando com desenhos à aquarela enrugados, ou pinturas com marcadores que mancham o verso da folha, ou outras páginas do sketchbook, nunca foi algo que me incomodou muito. Tudo é papel e no fundo, na hora do estudo, o que vale mesmo é a experiência adquirida.

Ou era assim que eu pensava até pouco tempo, antes de comprar uns blocos de desenho da marca Off Paper. Numa daquelas de garimpar pelas papelarias com a Nane e o Bis, um dia me deparei com esses papeis para desenho por um preço super acessível (tipo, menos de R$ 3,00 o bloco de 20 folhas brancas de 120g/m²).

Papel [Get] Off Paper

Na ocasião da estreia, usei algumas folhas pra rabiscar com lápis de cor e pensei: “Meh… dá pro gasto”. Mas depois de um tempo usando folhas da Filiperson (Filipinho, heim! Não é da linha profissional. Também é escolar!) percebi que esse Off Paper não é tão bom assim…

Primeiro, o papel marca com tanta facilidade que dificulta até um rascunho de leve com lápis HB. Rascunhar de leve com um grafite mais macio parecia então melhor, mas basta tentar apagar algumas vezes pra ver que sai farelo, não da borracha, mas do papel. Tá, eu sei que isso é exagero, hehe. Mas é verdade que a fibra do papel não suporta muito a fricção da borracha. Logo começa a se desfazer e ficar com aquelas penugens na superfície, sabe?

Arte final? Não acho boa ideia também. Passei a fine liner 0.05 mm em um desenho pra definir a forma geral e depois valorizar a linha, e só o ato de apagar as linhas do rascunho com aquela borracha maleável (limpa-tipos) já detonou com a possibilidade de acabamento do desenho. A tinta nanquim fica sangrando com qualquer encostão que dure mais de 1 segundo no mesmo lugar… tenso!

Um exemplo de onde a tinta sangrou teve hemorragia. :P

Bom, esse post nasceu um pouco no meio da revolta de ter um rascunho “perdido”. Mas o que eu quero no fim das contas, não é “só falar mal” do papel da Off Paper, mas compartilhar a experiência e a frustração, e deixar o aviso de que não é um bom material para projetos que vão sofrer retrabalho ou passar por outras etapas.

Talvez para uma mídia mais definitiva, como rascunhos com caneta esferográfica, lápis de cor ou mesmo nanquim, seja muito bom, até em função do custo x benefício. Mas trabalhar com lápis, depois tinta, depois cor, e  por aí vai… não aconselho. :)

E é isso. Até o próximo post!

6 comentários:

  1. Ei Joy! É disso que o mundo precisa, sabia? Conselho de amiga... um tipo de "cara, vai por mim...".

    Muita gente acaba pensando que o problema é da borracha, ou da caneta, quando na verdade o papel tem parcela de culpa no cartório. Nesse caso que você mostrou aí, seria comum ouvir "aquela caneta fine liner não presta! Vaza no papel todinho", sendo que, na verdade, é o papel que não possui fibra adequada para suportar a tinta da caneta. Achei muito bacana falar sobre isso!

    Também entramos naquela máxima do barato sair caro. Nesse caso não houve nenhuma perda, porque descobrindo as falhas do Off Paper, você logo descobriu no que ele pode servir também. Não digo só por supor que se possa trabalhar bem com lápis de cor ou nanquim (e outras tintas mais viscosas como acrílica e guache), mas vai que ele presta para fazer impressões...

    Adorei o post! Por causa do nosso contato frequente, eu já sabia da frustração em relação a esse bloco de papel, mas agradeço por compartilhar no blog também. Bjos

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    1. Você tá coberta de razão. Mas eu acredito que tive sorte em ter a oportunidade de comparar materiais. Eu tinha o Filiperson, que era o meu padrão básico, e fui pro Off Paper, daí senti a decaída no material. Se eu tivesse só com o Off Paper, e sem experiência nenhuma de papel, provavelmente cairia no que você disse, de falar mal de tudo sem suspeitar que o papel era o problema.

      De qualquer forma fica a lição. Ou fazer desenhos com mídias definitivas, ou rascunhar e depois passar com a mesa de luz pra outro substrato. Nada de finalizar desenho nele. ^^

      Valeu!

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  2. Concordo com a Nane! As vezes ficamos empolgadas com os bons produtos, e falamos bem dele..e os ruins deixamos de lado....esquecemos que tbm é necessário falar sobre eles.

    Beijos Joy!

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    1. Sim. Eu lembro que a Nane um dia foi na papelaria e disse que encontrou blocos baratos pra comprar. Quando descobri que eram esses logo avisei pra ela que não compensava muito. ^^"

      Valeu, Débora! Bjo!

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  3. Fico possessa quando isso acontece comigo. Apesar de sempre pedir referência eu também me empolgo numa "lujinha"...rs

    Concordo com a Nane e com a Débora: conselho amigo :).

    Beijinhos

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    1. O bom da gente cair nessas furadas, é depois poder compartilhar com os outros o que achamos.

      Já pensou se eu fosse profissional, como que eu ia vender um trabalho num papel que faz isso. Tá certo que ele é escolar, eu entendo, mas tem tantos escolares que desempenham melhor sua tarefa... assim complica... :/

      Fico contente de que o post seja útil, moças!

      Bjs

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