Lápis de cor apagável - Staedtler

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Materiais para desenho costumam ser caros. Por isso, quando quero experimentar um material desconhecido pra mim, acabo buscando uma opção que caiba no meu bolso primeiro, até que eu tenha certeza de que gostei e tenho alguma pretensão de me desenvolver com determinada técnica. Foi assim com minha mesa digitalizadora, com tinta nanquim, com marcadores permanentes e também tem sido com grafites coloridos.

Numa busca por uma alternativa para os Prismacolor Col-erase (lápis de cor apagável de marca internacional utilizado por muitos profissionais que acompanho), descobri a linha de apagáveis da Faber-Castell e depois me foi oferecida a oportunidade de experimentar a linha da marca brasileira Ecole. Sempre tendo como base a minha experiência prévia com minas coloridas como o Pilot Eno Blue e o grafite vermelho da Pentel, achei ambas - Faber-Castell e Ecole - um pouco aquém da minha expectativa, além de um material um bocado difícil de se manusear.

Esses foram os apagáveis que já testamos por aqui. :)

Depois de escrever sobre minha experiência pessoal com esses materiais, um dos meus amigos achou que seria bacana se eu pudesse testar outros tipos de lápis apagáveis, e me surpreendeu com uma caixa de 12 cores da marca Staedtler. Não tenho profundo conhecimento da marca, mas sei que ela oferece produtos tanto pro segmento escolar quanto pro profissional e artístico. A caixa de lápis em questão, mais uma vez faz parte dos produtos da linha escolar. Como nunca experimentei outros dessa marca, não tenho como fazer comparativos como fiz com a Faber-Castell, então só farei referência à outros materiais semelhantes que já experimentei que se propõem a mesma coisa. Entre muitos testes espaçados (muito espaçados), vou falar um pouco do que percebi. :)

E aqui está a bola da vez. Staedtler Noris Club Apagável.

Teste 1 - Transição de cores e saturação
Nesse teste, tentei desenhar uma mancha e representar suavemente a passagem de cores. Pode parecer algo bobo a se fazer, mas acho que com esse exercício da pra ter uma boa noção da gradação e saturação que as minas são capazes de oferecer. Já nesse teste dá pra ver que algumas cores são muito claras e aparecem sutilmente no papel branco, mesmo quando o lápis é passado várias vezes no mesmo lugar, ou pressionado com mais força.


Teste 2 - Cores lado a lado
Aquela sensação de pigmentos claros se intensificou quando coloquei os Staedtler lado a lado com as outras marcas de apagáveis. Mais escuros que os da Faber-Castell, porém mais claros que os da Ecole, a linha da Staedtler ganhou aqui em cobertura de área, na minha opinião. Como estão todos no mesmo papel, podemos comparar bem como os lápis se comportam de forma diferente, provavelmente por causa da composição (quantidade de cera Vs. pigmento - a Nane, do Cappuccino é que entende mais disso!). Pra mim basta ver que os da Staedtler coloriram bem melhor que os outros!


Teste 3 - Apagamento
No último teste, coloquei a prova a promessa de apagar. Sem muita surpresa, eles também cumprem o que prometem e são de fato apagáveis, mas fica claro mais uma vez que alguma coisa relacionada à composição das borrachas influencia nesse resultado. Tentei fazer várias manchas de cor preta semelhantes pra testar com diferentes borrachas e umas apagaram muito melhor do que outras.


Depois de fazer todas essas comparações, sobrou partir pra prática: desenhar! Fiz esse desenho todo usando só a cor azul da caixa da Staedtler. Usei meu caderno Optimus Organizer da Tilibra, na posição horizontal (ou paisagem), e por isso a altura da folha não passa de 20 cm, então eu não tinha muito espaço e tive que trabalhar bem pequeno pra colocar aí os dois personagens. Foi muito difícil acertar os detalhes pequenos, em parte por causa das características da mina, em parte porque o lápis já é uma ferramenta que oferece um pouco menos de controle pras miudezas mesmo. Tive que apontar muitas vezes até conseguir definir o desenho, sempre apertando mais nas formas definitivas do rascunho. Graças à isso, foi bem mais difícil apagar as linhas depois de finalizado.



Esse post está quase seis meses atrasado, mas felizmente saiu! Recentemente andei revisitando a linha da Staedtler em uma série de rascunhos coloridos ainda não publicados em canto algum, e depois de finalmente poder experimentar a linha da Prismacolor, cheguei a conclusão de que se os da Staedtler são melhores que os demais, ainda ficam atrás dos Col-erase. Foi bom poder testar mais uma variedade, e é melhor ainda ter mais um material à disposição pra trabalhos específicos (como os rascunhos coloridos que estou fazendo no momento), mas acho que com relação à pigmentação dos lápis e qualidade da mina, ainda há o que melhorar nessas linhas escolares.

E por agora é só isso! Espero que tenham gostado dessa experiência compartilhada. Mais alguém já testou essas belezuras e gostaria de contribuir para o blog com a sua visão? Os comentários estão em aberto e vou adorar ver o que têm a dizer. :)

Até a próxima!

6 comentários:

  1. Eu tenho algo a dizer:
    Primeiro, mais uma ótima comparação entre materiais para o nosso repertório de escolhas. Acredito que quanto mais discussões a respeito, com testes bem feitos, melhor a relação entre consumidores e fabricantes - o que ajuda em muito nós, aspirantes a ilustradores de grandes estúdios de animação. rs

    Segundo, é legal ressaltar a diferença entre produtos da linha escolar e da linha profissional. Um caderno de cartografia escolar nunca será um bloco de desenho Canson, assim como uma caixa de lápis de cor nunca será aquela linha profissional de lápis de cor, com nome embolado. Os produtos dependem do público e do mercado ao qual se destinam, maaaaaas..... vemos aqui como um simples produto escolar pode ir além do esperado quando usado direitinho.

    O que quero dizer é que, por mais que nosso material não seja da linha "profissional", nós podemos fazer miséria! E essas comparações entre os produtos faz com que saibamos qual "quebra-galho" quebra melhor o galho.

    Finalizando o testamento, queria compartilhar que comprei por engano uma caixa de lápis de cor Steadler comum achando que fosse da linha apagável (porque a arte da caixa é a mesma ), e quando passei borracha neles, apagou também. Tipo, se a linha comum também consegue ser apagada, qual será a diferença gritante entre as duas? Fiquei curiosa e gostaria que rolasse um Caçadores de Mitos pra isso.

    Adorei o post, Suco!!! \o/

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    1. Obrigada por contribuir com a sua visão a respeito, Nanika! Eu ainda me dedico a fazer esses posts porque acho que carecemos de informação por aqui. A gente vê tal pessoa desenhando com tal material, mas falta alguém pra falar o que que é. As vezes do exterior não é tão difícil obter essas informações, mas é difícil obter os materiais. E aí? Como proceder?

      Se estivermos dispostos a compartilhar essas experiências, acho que é como você mesma disse, todos temos a ganhar! :) E que ganho quando a gente consegue achar um produto nacional que funciona tão bem quanto o internacional com um custo muito mais em conta e bastante acessível, não é?

      Acho que podemos sim, colocar os dois juntos (apagáveis e não apagáveis) e tentar ver qual é a desse mistério todo, heim?

      Obrigada mais uma vez e beijos!

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  2. Joyce \o/
    Que tudo essa comparação de materiais. Me fez lembrar que ainda não fiz comparação dos meus 19898989777348343 lápis de cor...rs.

    Fiquei inspirada para fazer também.

    Concordo plenamente com sua resposta para a Nane sobre faltar alguém falando do material mesmo. Não apenas de preços e onde comprar, mas falar do material em si: pigmentação, durabilidade, fragilidade, onde usar ou não, enfim, um relato do material. E isso eu também sinto falta.

    Esse é o tipo de post que a gente salva nos favoritos quando pensamos em comprar um determinado material.

    Valeu Joyce.
    beijinhos
    Silvia

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    1. Hahahahah! O negócio, menina, é que você andou juntando muita coisa pra comparar mesmo. Nessa altura do campeonato, acho que vale mais a pena fazer uma comparação mais pontual de cores, minas e pigmentos do que comparar toooooooooodos os lápis de tooooooooodas as caixas. De qualquer maneira, uma pequena resenha de cada um deles você já até fez, então falta só comparar mesmo. :)

      Eu fico mesmo triste de ver como temos sites americanos dedicados a fazer resenhas de praticamente todo tipo de lançamento em matéria de papelaria e artefatos artísticos, enquanto por aqui a gente pena pra descobrir até detalhes sobre produtos de determinada marca.

      Tomara que possamos aos poucos estabelecer uma nova prática e um novo diálogo com o mercado mesmo.

      Obrigada pelo seu comentário, Silvia!
      Beijos!

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  3. Joyce, obrigada por dividir seus estudos, testes, e sua arte com a gente!
    Sinto muita vontade de ter lápis de cor apagável. Espero topar com uma caixinha qualquer dia... uma mão na roda poder apagar o lápis, ou somente usar as cores para fazer uma digitalização "limpa".

    Amo o movimento que seus desenhos tem *__*

    Beijos =D

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    1. Oi, Débora! Na internet deve-se achar pra comprar os da Faber-Castell e os da Staedtler sem muito problema, mas eu de antemão te recomendo tentar os Prismacolor Col-erase, viu. Hehehe.

      Ainda vou fazer uma resenhazinha deles também, mas dos testes que fiz foram os que mais me deixaram satisfeita. :)

      Estou sempre me esforçando pra fazer desenhos mais dinâmicos, então ouvir esse tipo de feedback é muito importante! Obrigada mesmo pelo seu comentário!

      Beijão!

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